terça-feira, 17 de março de 2015

VIDEOCONFERÊNCIA - HISTÓRIA DA BAHIA com MONIZ BANDEIRA

Assista aqui a partir das 14h do dia 18/03/2015 a Videoconferência - História da Bahia, com o professor Moniz Bandeira.

Nesta videoconferência Moniz Bandeira trata de seu livro “O Feudo – A Casa da Torre de Garcia d’Ávila”, que possui vasta pesquisa documental e apresenta uma série de questões que contribuíram para a historiografia do coronelado brasileiro. Ivan Dorea, que é o Supervisor Técnico-científico Geral dos trabalhos de Arqueologia da Casa da Torre, é o debatedor da atividade.


A origem do coronelado brasileiro está no livro O FEUDO – A CASA DA TORRE DE GÁRCIA D’ÁVILA: DA CONQUISTA DOS SERTÕES À INDEPENDÊNCIA DO BRASIL. Na Casa da Torre — base de operações fundada por Garcia D’Ávila, na enseada de Tatuapara, após ter derrotado as tribos indígenas ali existentes em janeiro de 1550 —, com seus muitos procuradores, nasceu o atual sistema fundiário brasileiro. Os homens escolhidos para administrar a grande extensão territorial não apenas conquistaram o interior do país, como, por três séculos, detiveram o poderio econômico, político e militar sobre um espaço físico três vezes maior que o de Portugal. Os herdeiros desse poder passaram, com os anos e mudanças sócio-políticas, a proprietários que, com a desintegração completa do sistema de feudo, ficaram conhecidos como coronéis. Neste livro, o professor Moniz Bandeira disseca uma parte da história do Brasil pouco conhecida do público e do meio acadêmico. Os estudos até agora publicados sobre a nossa colonização prendem-se apenas ao desbravamento nascido das Entradas e Bandeiras, deixando de lado aspectos extremamente importantes: os concessionários de sesmarias. São estes os grandes responsáveis pela ocupação dos sertões e pelo estabelecimento dos costumes da região — sociais e econômicos. Dentre essas propriedades quase feudais, a Casa da Torre foi a que mais se destacou no papel de pólo irradiador de cultura, além de ser decisiva na guerra contra os holandeses. Para preencher essa falha na historiografia nacional, chega O FEUDO – A CASA DA TORRE DE GÁRCIA D’ÁVILA: DA CONQUISTA DOS SERTÕES À INDEPENDÊNCIA DO BRASIL. Sem desmerecer a importância dos bandeirantes, Moniz Bandeira redimensiona a conquista e desbravamento dos sertões, lembrando que eles avançaram geograficamente de forma admirável, mas nunca organizando política e economicamente o espaço conquistado. Isso tudo numa narrativa competente que, mesmo tratando de um assunto histórico, jamais esbarra no tédio cronológico comuns a inúmeros livros acadêmicos. Luiz Alberto de Moniz Bandeira nasceu em Salvador, Bahia, em 30 de dezembro de 1935. Formado em Direito, é doutor em Ciência Política pela Universidade de São Paulo e professor titular de história política exterior do Brasil, no Departamento de História da Universidade de Brasília (aposentado). É autor de mais de 20 obras, entre elas Presença dos Estados Unidos no Brasil — Dois Séculos de História, O Governo João Goulart — As Lutas Sociais no Brasil (1962-1964) e De Martí a Fidel — A Revolução Cubana e a América Latina. Atualmente reside na Alemanha.

O evento é organizado pelo grupo VilaVox em parceria com o Centro de Memória da Bahia, unidade da Fundação Pedro Calmon. Essa é a segunda atividade a fruto da supracitada parceria. Em 23 de julho de 2014 foi organizado o evento intitulado Seminário sobre História da Bahia: dos Ávilas aos Magalhães para discutir o poder político na Bahia como mote para montagem da peça "O Castelo da Torre", espetáculo que versará sobre o poder familiar na história da Bahia. Para colaborar com os estudos do Grupo Vila Vox bem como para fomentar o debate acerca do supracitado tema, os professores Luiz Mott, Patrícia Valim, Maria José Rapassi e o literato Francisco Sá palestraram sobre fortuna, escravidão e memória da família Ávila para um público diverso, interessado por nossa história, no teatro Vila Velha.

Esta ação é parte do projeto O CASTELO DA TORRE - Vilavox Anos XIV e XV contemplado pelo Edital de Apoio a Grupos e Coletivos Culturais 2014 da Fundação Cultural do Estado da Bahia (FUNCEB), vinculada à Secretaria de Cultura do Governo do Estado da Bahia (SecultBA), financiado pelo Fundo de Cultura (FCBA) e Secretaria da Fazenda (Sefaz).