Espetáculos


Trilhas do Vila (2001)

Primeiro espetáculo do grupo Vilavox, Trilhas do Vila marca o nascimento do grupo, que então se configurava como um coro performático. A montagem fez um resgate das várias trilhas musicais do Teatro Vila Velha, em seus diversos espetáculos ao longo de sua história. O elenco foi montado a partir de uma audição e construído um corpo de atores-cantores. 

Explorando recursos como rapel, pernas de pau e outros elementos de extrema teatralidade, o grupo foi construindo a partir desse espetáculos suas características de identidade. A montagem deu origem a um cd homônimo, que contou com a direção musical de Jarbas Bittencourt e reuniu músicos que tiveram trajetória afinada com o Teatro Vila Velha.





Almanaque da Lua (2002)

Com texto e direção de Gordo Neto, Almanaque da Lua faz um delicioso passeio em torno das histórias, lendas e causos torno da Lua. Criado a partir de uma pesquisa em almanaques e periódicos que traziam curiosidades sobre o satélite, a montagem mergulhou no cancioneiro popular brasileiro, trazendo uma musicalidade marcante e reafirmando a parceria que seguiu para toda trajetória do grupo: a direção musical de Jarbas Bittencourt. 

Almanaque da Lua marcou a aproximação do grupo como o teatro, que se tornou mais crescente nas montagens posteriores. 





Primeiro de Abril (2004)
História como protagonista

Primeiro de Abril traz à tona alguns aspectos da história da ditadura militar no Brasil. Privilegiando a “história como atriz principal”, a peça pontua acontecimentos marcantes de todo o processo que culminou com o golpe, bem como suas conseqüências, passando pelos atos institucionais, pela violência da tortura e pelos posteriores golpes “irmãos” em outros paises da América Latina. Mesmo com forte didatismo, a peça propõe uma experiência estética singular, pois a banda ao vivo, a música original de Jarbas Bittencourt, os 15 atores em cena, um cenário que traz um cilindro de água com 2 metros de altura e as coreografias, assinadas por Lauana Vilaronga, fazem do espetáculo um musical diferente e politizado.

Com direção de Gordo Neto, Primeiro de Abril remontou a atmosfera de gente nas ruas, traição, violência dos momentos que perpassaram a história da ditadura militar no Brasil. A peça reflete o episódio da democracia golpeada e da sucessão de atos institucionais, que subtraíam os direitos e as liberdades. A peça retorna a cartaz num momento bastante propício em que o assunto volta a ser discutido com os quarenta nos do Ato Institucional Nº 5 – o AI – 5, baixado em dezembro de 1968.

A peça esteve em cartaz durante cinco anos, sempre movimentando estudantes secundaristas e universitários para apresentar um pouco da história recente do nosso país, mas também rever as implicações daquele episódio trágico de nossa história no presente.




Canteiros de Rosa (2006)
A musicalidade na cena e uma homenagem a Guimarães Rosa


O universo, os personagens e a palavra rica de Guimarães Rosa ocupam a cena com os espetáculos Canteiros de Rosa – uma homenagem a Guimarães, que percorre o universo autor mineiro através da encenação de contos do livro Primeiras Histórias (Sôroco, sua mãe e sua filha, Darandina e A menina de lá). A peça contou com direção de Jacyan Castilho e texto de Gordo Neto. 

A obra de Guimarães Rosa prima por encenar os dramas demasiadamente humanos: loucura, solidão, amor, morte, vida, família, pecado, culpa, alegria, saudade, tempo, misticismo, religião, medo, ódio, devastação, marginalidade. A montagem coloca em cena a musicalidade natural da linguagem do escritor, em um cenário ousado, elaborado com andaimes de construção. Canteiros de obras ocupam o espaço, onde ocorre toda movimentação cênica. Canteiros de trabalho onde a palavra de Guimarães é experimentada na cena, resgatando elementos de sua literatura e de seu estilo: são realçados os elementos musicais de sua linguagem, o ritmo, as quebras, os silêncios.

Vencedor do Prêmio FUNARTE Myriam Muniz de Teatro em 2006, o espetáculo estreou em julho de 2006 no Palco Principal do Vila Velha e em 2007 percorreu as cidades de Aracaju (SE), Alagoinhas (BA), Mossoró (RN), Natal (RN), Maceió (AL) e Recife (PE) através da Caravana FUNARTE PETROBRAS de Circulação Nacional. Ainda neste ano, Canteiros de Rosa concorreu ao Prêmio Braskem de Teatro 2007 na Bahia, nas categorias de Direção e Direção Musical. E em novembro integrou a programação do I Festival Nacional de Teatro ocorrido na Bahia, promovido pela Cooperativa Baiana de Teatro. Em 2008, a peça ainda esteve em cartaz em janeiro durante o Vila Verão e teve sua última apresentação como convidada do FILTE (I Festival Latino Americano de artes cênicas) também em Salvador, ocorrido em 2008. Em 2009 voltou em cartaz e em 2010 integrou o intercâmbio artístico promovido pelo Sesc-Senac.



Labirintos (2008)

Numa releitura dos mitos gregos, a montagem Labirintos contou com a direção de Patrick Campell, que propôs um mergulho nas histórias de Teseu, Minotauro e Pasifae. A montagem trouxe outra marca do grupo que é a dramaturgia escrita coletivamente, compreendendo como texto não somente a palavra, mas toda textura de elementos que compõem a cena (musicalidade, cenografia, sentidos, figurinos, iluminação e a opcão pela exploração de elementos de espetacularidade). Movimento, canto, técnicas circenses, vôos, sonoridades ajudaram a contar essas histórias, que teve temporada única em 2008.

Os três mitos escolhidos têm em comum a relação direta com a construção do labirinto no qual está encarcerado a figura do Minotauro, metade homem, metade touro. As histórias se encontram nesse espaço arquetípico, que remonta o desconhecido, o inconsciente e tantas relações a serem criadas a partir da mitologia. Mais do que contar as histórias, o espetáculo se propõe a recriar esse labirinto, utilizando o espaço do Passeio Público e do próprio teatro Vila Velha. O público, mais do que um espectador passivo, será uma peça desse próprio ambiente cenográfico. Ao conhecer os segredos e facetas dos personagens, também será possível desvendar as faces pouco vistas do teatro, tudo aquilo que não é palco e que nem sempre está sob os holofotes.


O Segredo da Arca de Trancoso (2012)



O Segredo da Arca de Trancoso é um espetáculo infanto-juvenil de rua com texto inspirado no universo dos contos orais brasileiros que utiliza pernas de pau, máscara e músicas originais para contar a história de um menino encarregado de levar uma arca de madeira até um local muito distante. Numa sucessão de surpresas, homens e mulheres com toda a sorte de intenções, animais e criaturas fantásticas surgem no caminho, tentando tomar posse da arca, demonstrando que aquele estranho objeto é muito mais poderoso do que se podia imaginar. Logo ele descobre que a tal arca, espécie de baú, parece ter o poder de transformar a vida de todos os que tentam ver o que ela contém.

HISTÓRICO DO ESPETÁCULO

Vencedor do Prêmio Braskem de Teatro de Melhor Espetáculo Infanto-juvenil de 2012, 
O Segredo” foi contemplado pelo Prêmio Procultura de Estímulo ao Circo, Dança e Teatro 2010 da e em março de 2012 foi convidado a participar do “Ação Cena FUNARTE Pública” realizado em São Paulo pela Cia do Miolo, onde apresentou uma 1ª mostra de cenas do espetáculo. Em agosto, estreou internacionalmente para mais de mil espectadores no Sommerwerft Theaterfestival am Fluss - Festival de Teatro em Frankfurt (Alemanha) e em setembro estreou em Salvador participando do V Festival Latino-Americano de Teatro – Filte 2012. O Vilavox seguiu em cartaz na sede do grupo –Casa Preta Espaço de Cultura, no bairro 2 de Julho e em sua 1ª temporada “O Segredo” integrou ainda a programação do “Empuxo – Zona de Encontro de Artes Cênicas” realizado por artistas de diversos grupos locais. Em novembro de 2012, foi convidado a participar da 8ª edição da Mostra de Artes – Aldeia Pelourinho e em 2013 também SESC integrou a Mostra - Aldeia Olhos D’água em Feira de Santana. Contemplado pelo SESC Prêmio Myriam Muniz 2012, realizou circulação em três estados do Nordeste em 2013 - Bahia, Sergipe e Alagoas, passando por nove cidades e integrou a programação do 6ª edição do FIAC Bahia. Em 2014, além da realização de apresentações em diversas cidades da Bahia compôs a Mostra Baiana no Fringe do Festival de Curitiba “O Segredo” e foi um dos 20 grupos selecionados para circular pelo Brasil com o projeto Palco Giratório 2014, contemplando 30 cidades e 13 estados do Brasil até novembro deste ano. Em 2015 integrou a 2ª edição do Festival Maré de Março.



O Castelo da Torre (2015)
A trajetória de poder da família Garcia D’Àvila na Bahia.

A história da Bahia contada pelas paredes, portas e janelas de uma casa. Esse é o ponto de partida do espetáculo “O Castelo da Torre”, sexta montagem do Grupo Vilavox, que apresenta para o público a influência da família Garcia D’Àvila na colonização da Bahia a partir do século XVI. Mais que contar a trajetória política de um clã, cujo poder imperou no Nordeste Brasileiro por mais de dois séculos, a peça vai revelar a História na voz dos vencidos e trucidados pela opressão de um tempo que se perpetuou, índios e negros.
Com direção de Meran Vargens e dramaturgia colaborativa do Grupo Vilavox com orientação e redação final de Marcio Marciano, O Castelo da Torre contou com a participação de 14 atores (Bruno Guimarães, Camila Guilera, Clara Paixão, Daniel Farias, Diana Ramos, Diogo Teixeira, Fernanda Silva, Fred Alvin, Gordo Neto, Joker Guiguio, Larissa Lacerda, Marcia Limma, Vanêssa Cançado, Yanna Vaz) e mantém a longa parceria com o diretor musical Jarbas Bittencourt e a forte presença da musicalidade como elemento da cena.

O espetáculo estreou e fez temporadas em 2015 e 2016 no Solar São Dâmaso, Centro de Formação em Artes, R. do Bispo, Pelourinho – BA. Circulou pelas cidades baianas Cachoeira, Itaberaba, Amargosa e Valença. Este projeto foi contemplado pelo Edital nº 24/2013 - Apoio a Grupos e Coletivos Culturais, da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia.

Em 2016 recebeu indicações do Prêmio Braskem de Teatro nas categorias: Melhor espetáculo, melhor direção (Meran Vargens), Figurino e Maquiagem (Rino Carvalho) e melhor atriz (Diana Ramos).






        Passaredo, Passarinholas (2016)

Inspirado nas narrativas populares dos griots, “Passaredo, Passarinholas”, é um espetáculo de contação de histórias do Grupo Vilavox, com direção de Diana Ramos, que utiliza elementos do universo infantil resinificando os brinquedos populares para dar teatralidade aos contos. Explica a origem das coisas segundo a ancestralidade das tradições orais. Passaredo reúne, durante 40 minutos, três contos que tem histórias de pássaros como mote principal. O primeiro, de domínio público africano, “O Pássaro-escrivão” conta do surgimento do primeiro contador de histórias e de como as histórias ouvidas tornaram-se histórias escritas. O segundo “O Roubo do Fogo”, recolhido da oralidade indígena por Daniel Munduruku relata como os homens antigamente roubaram o fogo dos urubus e tem como herói o menor de todos os guerreiros, por último “A Menina e o Pássaro Encantado” de Rubem Alves narra a amizade entre uma menina e seu pássaro revelando a importância do respeito e da liberdade. As histórias são alinhavadas por Diana Ramos numa dramaturgia sensível e lúdica acompanhada pela direção musical de Jarbas Bittencourt. No elenco Diana Ramos, Fred Alvin (Direção de Arte e iluminação) e Márcia Limma (Figurino e Maquiagem).
Passaredo, Passarinholas tem o apoio do UKA – Casa dos Saberes Ancestrais e da Fundação Rubem Alves na liberação dos direitos autorais de alguns contos usados no espetáculo.
Em 2016, Passaredo, Passarinholas fez apresentações na Abertura da Jornada Pedagógica – Ibicoara – Chapada Diamantina, Projeto SEIVA – Valença, Festival Maré de Março – Salvador e I Mostra Caetité in Cena Teatral – Caetité.